quinta-feira, maio 31, 2007

Ao meu irmão mais velho ficou a inteligência, a capacidade de concentração e de se levar a limites dos quais não se acreditava capaz de superar.

Ao meu irmão mais novo ficou a beleza, a esperteza e sagacidade e a capacidade de ver a falta de ser em outras pessoas.

A mim restaram os pêlos, dos quais nem sequer faço bom uso.

domingo, maio 27, 2007

Uma Manhã Comum no Antro

Certo dia, enquanto caminhava como sempre em direção a faculdade, senti uma pequena pontada no coração; Possivelmente um infarto que ocorreria treze anos e setenta e dois dias (e quatorze horas) no futuro.
Ignorei-o e desci para encontrar meus amigos no Antro (que é o local onde passo as horas que deveria estudar na faculdade. Jogamos baralho e falamos mal da Laurinha.) Mas incrivelmente percebo, ao se aproximar daquelas cadeiras de plastico gastas, que o famoso pessoal não esta lá. Nada do H, do P. da A. do Sur. da F^. do Al. do Ro. e do Carlos. Nada do pessoal que, embora não entenda porra nenhuma da vida, ainda sim entende um pouquinho mais que o normal. E o bom deles é que, assim como eu, eles conseguem mentir pra si mesmo com desenvoltura.


Mas o pessoal do Antro não estava lá. Só estava a Laurinha e seu violão mediocre. Atualmente as MPbebistas são tão pretenciosas, se achando as proximas Elis Regina, que não tenho paciencia para elas. E a Laurinha era tão boba. Mas o Antro não esta e resolvo que vou passear um bocado pela faculdade. Eis que, assim que dou meia volta, ouço um "pst" baixinho vindo do Antro. Me viro mas o pessoal não esta lá, só umas dez mesas com dez grupos desconhecidos e desimportantes. Dou de costas de novo e ouço um "hey, C.!" Não ha duvidas, a A. me chamou, mas não consigo ver-los:

- Estamos aqui C.! aqui!

Uma mesa de desconhecidos me chama. a Voz é a da A.:

- Vem rapido, estamos disfarçados! Temos uma roupa de outrapessoa pra voce, vem!

e é claro que eu vou. Rapidamente me disfarço de velho rabujento que odeia tv e entro no jogo. Hoje vamos esconder uma cobra venenosa no violão da Laurinha, com sorte a matamos.
E a faculdade? Bah! eu vou morrer daqui Treze anos, setenta e dois dias (e treze horas).



cb4

quarta-feira, maio 23, 2007

Eu falhei.

mosquito-novel

Festa fracassada. 5 pessoas. duas garrafas de Rum (uma ja vazia):




- Sabia que eu vi, não sei aonde outro dia, acho que na tv, que aqueles pequenos mosquitinhos em forma de coração que aparecem toda hora no banheiro de todo mundo são feitos exclusivamente pra habitar só os banheiros? parece que eles, sabe-se lá como - talvez sejam assexuados, nunca vi uma femea de um deles, ou mesmo um macho - copulam e botam os ovos exatamente embaixo das partes cobertas dos ralos do box. Ai quando tomamos banho, as larvas dos tais mosquitos se alimentam de pele morta, de celulas que jogamos fora no banho e então os mosquitinhos nascem e vivem felizes no banheiro, sem sair nunca pra o mundo-de-fora, sem quase nem ver a luz do dia, até que um dia eu dou um tapa num deles e o mato. Não consigo me sentir mais confortavel no banheiro sabendo que tem bichos que se alimentam de partes mortas de mim no banho.

(os outros 4 integrantes da mesa tentam fazer piadas.)


cb4

quinta-feira, maio 17, 2007

M.M.

era o ultimo mm da latinha, eu estava sentado no banco da praça Franco Maciel de Almeida em Paracatu quando ela apareceu. Eu estava dormindo nas ruas a mais de duas semanas, e só estava com o chocolate mm na boca porque tinha achado um tubinho com meia-duzia dos chocolates caido no meio da rua. Ela estava com cabelos curtos e um sorriso estranho, via claramente que ela não sabia como começar uma conversa comigo, mas sabia que deveria começar, todas as suas celulas, no menor grau de existencia a impeliam para isso. E eu estava ali, sentado num banco da praça, comendo um ultimo mm achado no chão sujo de uma praça de paracatu.

Ela não me levou pra casa dela. Ela nem morava ali, não mais pelo menos. A unica coisa que ela fez foi conversar verdadeiramente comigo, como nenhuma outra teve a coragem de fazer, nenhum tipo de conforto pessoal ou emocional, nada de bons conselhos e de auto ajuda, apenas a celebração da mediocridade refletida. E enquanto ela conversava, enquanto ela falava dela e de como gostava de coisas estranhas, de como odiava a existencia no tedio, como amava beber vinho direto da garrafa (vinho pobre, devo dizer) eu olhava pra ela e pra como ela mexia as mãos desordenadamente, enquanto as palavras saiam de algum lugar perdido em sua mente, atravessavam desertos de medo e insegurança verdadeira, indo para em sua boca e consequentemente caindo nos meus ouvidos, percebi o que a fez se aproximar de mim. Eramos iguais.

Semanas depois não a vi mais. Sempre nos encontravamos naquela praça suja, eu com fome de existencia verdadeira, ela com receio de morrer sozinha-infeliz-burra-perdida. sentavamos debaixo das arvores, um carro estacionado do nosso lado, e sorriamos um pro outro enquanto conversavamos sobre musica, filmes, tristezas e jazz. era engraçado o jeito com que a luz do sol mineiro batia nos olhos dela, não era lindo, não era romantico, nem era excitante. Mas era de um jeito que me lembrava algo, alguma coisa que eu tinha perdido no meio do caminho ao paraiso perdido, algo que ela ainda tinha e estava prestes a perder, indo atras de seu proprio sentido.


Depois que nunca mais nos vimos, acabei me apaixonando por ela.



cb4

domingo, maio 13, 2007

Para nós

Eu me lembro que era aniversário dele e ela havia comprado um presente e o entregaria quando ele voltasse do trabalho.

Para mim aquilo parecia uma roupa medieval com estranhas figuras. Eu já estava pensando em como a pegaria no armário e levaria lá fora para brincar.

Para mamãe aquilo era algo especial. Era uma roupa de moda, escolhida a dedo, um presente de que ele fosse gostar muito.

Para papai aquilo foi a desculpa pela qual esperava. Ele largou a pasta de trabalho, saiu de casa e fechou a porta. Não o vi mais de novo.

Do dia em que perdi a razão;


Ontem me sentia feliz. Hoje me sinto Triste. Provavelmente, assim como a tristeza pungente de hoje, a alegria de amanha vai passar rapido, assim como passa o seu onibus pra casa enquanto beija despreocupadamente tua garota.

No mais, estamos ainda perdidos nessa selva de emoções chamada "vida". E o pior é que, sem ser extremamente corajoso, eu ainda não consigo ver o fim dela.


cb4

quinta-feira, maio 10, 2007

Prince Scum 2

Once upon a time there was a little fool.

The little fool was such a fool that he couldn't perceive that he was a fool. Even when other people called him a fool he'd just stare blankly and endlessly and would never take heed or notice anything.

One day a fair maiden - who wasn't very fair or much of a maiden, but doesn't really mather. Only stupid fools care about such things and, luckily, we're talking about someone who is just a fool. - decided to crack open the little fool head and see what was hidden inside. And, indeed, there was much hidden in there. Not the greatest wonders that man had ever laid his eyes upon, - those were hidden in a cave inside a girl's head who was forever unreachable to anyone who cared - but still they were wonders. And everyone knows, wonders are hard to come by these days.

Still, it wasn't enough to chance the fool's condition. The contents of his head spilled all over the floor. In its watery essence the fool coould see his own reflection but couldn't recognize himself. All he could think was "I'm the fool, that can be myself". And so he left, leaving the fair maiden behind.

He continued to walk but now his head was empty. The fool couldn't perceive now even the most simple of things, like the cliff to which he was walking directly towards.

Though he didn't go down like it was expected. He was trapped there, to much of a fool to know how to fall. And people saw, and people came to him, and people pitied him. They pitied not for what had happened to him, after all, he was not miserable. He did not starve, he had a house, he could sleep. But pity was still there for everyone could see what the fool had done to himself. But pity in itself could no change anything. It only made the little fool proud of himself. It was then that someone cursed the little fool. And like a slap it hit him. And for the first time the fool could see what a fool he had been. He pondered on what choice to choose from. Truth is, the fool wasn't a very brave person, he was scared to what would happen to him if he decided to take the slap on his face. But he did anyway. And , at that moment, the fool was a fool no longer.

And then he fell.

domingo, maio 06, 2007

Piratomovel

num carro, tres pessoas:

-..................
-..............
- (dando tchau pros carros vizinhos)




- Sabia que os Piratas não usavam tapa olho porque não tinham o olho?


- Como é?
-Como é que é?




- é, é verdade! vi num programa ou algo similar. Parece que eles usavam os tapa-olhos para acostumar o olho escondido com a escuridão, dai podiam atacar de noite tranquilamente.


- é nada!

-é sim! eu vi na Tv.

-hum... tv?


- é verdade, num daqueles programas de verdades/mentiras/mythos, eles até fizeram o teste, colocando o tapa-olho durante meia hora, quando tiraram no escuro, parecia dia!

- Nossa...
-Nossa! os piratas eram mais espertos que a gente imagina!

- É. Mas não ficou tudo perfeito, segundo o programa ainda era complicado ver. Mas imagina só, isso deve ter sido uma puta vantagem com meia duzia de caras com espadas na sua frente.

- Isso é verdade mesmo?


- É verdade! mas esse programa tambem testou um outro Mytho, o que os piratas lavavam suas roupas com Rum. Não deu certo!


- ahn
-.............




- Sabe, estou com fome!

- Estamos chegando, estamos chegando....






Cb4