domingo, maio 27, 2007

Uma Manhã Comum no Antro

Certo dia, enquanto caminhava como sempre em direção a faculdade, senti uma pequena pontada no coração; Possivelmente um infarto que ocorreria treze anos e setenta e dois dias (e quatorze horas) no futuro.
Ignorei-o e desci para encontrar meus amigos no Antro (que é o local onde passo as horas que deveria estudar na faculdade. Jogamos baralho e falamos mal da Laurinha.) Mas incrivelmente percebo, ao se aproximar daquelas cadeiras de plastico gastas, que o famoso pessoal não esta lá. Nada do H, do P. da A. do Sur. da F^. do Al. do Ro. e do Carlos. Nada do pessoal que, embora não entenda porra nenhuma da vida, ainda sim entende um pouquinho mais que o normal. E o bom deles é que, assim como eu, eles conseguem mentir pra si mesmo com desenvoltura.


Mas o pessoal do Antro não estava lá. Só estava a Laurinha e seu violão mediocre. Atualmente as MPbebistas são tão pretenciosas, se achando as proximas Elis Regina, que não tenho paciencia para elas. E a Laurinha era tão boba. Mas o Antro não esta e resolvo que vou passear um bocado pela faculdade. Eis que, assim que dou meia volta, ouço um "pst" baixinho vindo do Antro. Me viro mas o pessoal não esta lá, só umas dez mesas com dez grupos desconhecidos e desimportantes. Dou de costas de novo e ouço um "hey, C.!" Não ha duvidas, a A. me chamou, mas não consigo ver-los:

- Estamos aqui C.! aqui!

Uma mesa de desconhecidos me chama. a Voz é a da A.:

- Vem rapido, estamos disfarçados! Temos uma roupa de outrapessoa pra voce, vem!

e é claro que eu vou. Rapidamente me disfarço de velho rabujento que odeia tv e entro no jogo. Hoje vamos esconder uma cobra venenosa no violão da Laurinha, com sorte a matamos.
E a faculdade? Bah! eu vou morrer daqui Treze anos, setenta e dois dias (e treze horas).



cb4