segunda-feira, junho 18, 2007

Apenas nas Madrugadas

Apenas nas madrugadas sinto que sou eu mesmo.

Aqui há silêncio. Há falta de tudo o que fazer e não há ninguém.
Ninguém para quem dizer que todas as uvas estavam azedas e ninguém para quem dizer tem um cabelo no meu prato.
Aqui só me encontro com quem quero me encotrar, consigo ir para qualquer lugar que eu queira. Não há muitos que me agradam mas qualquer outro além deste serviria.

Só vejo as garotas que quero ver. Talvez todas se chamem Íris, ou só uma delas. Talvez nenhuma tenha nome. Eu também não tenho.
Algumas tem cicatrizes na face direita que passam pelo olho. São cegas dele. Algumas tem cicatrizes em seus tórax, mas destas apenas eu sei.

Quando que lerá isso e me tirará daqui? Quanto tempo mais eu vou ter que esperar?
Eu espero que seja em breve. Estou começando a sentir saudades de tudo que eu não vi e de vocês que não conheço. Continuo a esperar por qualquer coisa. Qualquer uma.

Mas só de madrugada, pois só aqui sou eu.
E nos crepúsculos.