A Melhor Falha
Estávamos olhando os cartazes presos às paredes quando C. exclamou:
- Uau! Olha só isso!
- O que C.?
- Nada! Será uma surpresa! – e rapidamente arrancou o cartaz antes que eu pudesse ver sobre o que se tratava.
Foi na festa da noite seguinte que descobri o que ele havia feito. Ele se aproximou de mim com um sorriso na cara:
- Quase na hora.
- Na hora de que C.?
- Você não viu o concurso de canto que vai começar daqui a pouco?
- Vi sim, e daí?
- Pois então! Eu vou participar, deseje-me sorte, está próximo da minha vez.
Durante meia hora jurei que era algum tipo de brincadeira que só fazia sentido para C., por isso não pude acreditar quando chamaram o nome dele para subir no palco montado. Ele estava se caminhando calmamente quando eu o parei:
- Espere aí.
- O que foi?
- Você não sabe cantar!
- Não... não sei.
- Então para que vai tentar isso? Não faz sentido nenhum!
- Eu quero é tentar mesmo, sabe? Só para falhar.
E então ele subiu no palco... e foi tudo absolutamente horrível. C. era desafinado e sem nenhum ritmo. Se Demorava demais em alguns versos e se alongava em outros. Tudo ficava fora do tempo. Ele também não havia decorado toda a letra; nos pedaços que não sabia apenas encaixava um “lá lá lá” sem espírito ou ficava em um “hummm hummm” como se só estivesse esperando aquele trecho acabar. As outras pessoas que estavam assistindo não sabiam exatamente o que pensar. Alguns acharam que era piada de alguém, de algum grupo quem sabe, e por isso não entendiam. Outros acharam que era mais uma manifestação de algum pós-moderno, mas de qualquer jeito uma manifestação que não era digna de nota. Houve também o grupo dos que acharam tudo uma idiotice, o dos que acharam que era um desrespeito aos verdadeiros cantores e o dos que acharam que era apenas a tentativa de um engraçadinho aparecer.
Nenhum deles acertou. Mas eu aplaudi. Aplaudi fervorosamente.
- Uau! Olha só isso!
- O que C.?
- Nada! Será uma surpresa! – e rapidamente arrancou o cartaz antes que eu pudesse ver sobre o que se tratava.
Foi na festa da noite seguinte que descobri o que ele havia feito. Ele se aproximou de mim com um sorriso na cara:
- Quase na hora.
- Na hora de que C.?
- Você não viu o concurso de canto que vai começar daqui a pouco?
- Vi sim, e daí?
- Pois então! Eu vou participar, deseje-me sorte, está próximo da minha vez.
Durante meia hora jurei que era algum tipo de brincadeira que só fazia sentido para C., por isso não pude acreditar quando chamaram o nome dele para subir no palco montado. Ele estava se caminhando calmamente quando eu o parei:
- Espere aí.
- O que foi?
- Você não sabe cantar!
- Não... não sei.
- Então para que vai tentar isso? Não faz sentido nenhum!
- Eu quero é tentar mesmo, sabe? Só para falhar.
E então ele subiu no palco... e foi tudo absolutamente horrível. C. era desafinado e sem nenhum ritmo. Se Demorava demais em alguns versos e se alongava em outros. Tudo ficava fora do tempo. Ele também não havia decorado toda a letra; nos pedaços que não sabia apenas encaixava um “lá lá lá” sem espírito ou ficava em um “hummm hummm” como se só estivesse esperando aquele trecho acabar. As outras pessoas que estavam assistindo não sabiam exatamente o que pensar. Alguns acharam que era piada de alguém, de algum grupo quem sabe, e por isso não entendiam. Outros acharam que era mais uma manifestação de algum pós-moderno, mas de qualquer jeito uma manifestação que não era digna de nota. Houve também o grupo dos que acharam tudo uma idiotice, o dos que acharam que era um desrespeito aos verdadeiros cantores e o dos que acharam que era apenas a tentativa de um engraçadinho aparecer.
Nenhum deles acertou. Mas eu aplaudi. Aplaudi fervorosamente.
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