terça-feira, novembro 06, 2007

A vergonha de ser quem sou, contada em fatos reais e fidedignos

Tinha sido um dia como qualquer outro e a noite prometia ser como qualquer outra. Decidi sem muito motivo entrar no msn pra conversar com quem quer que estivesse lá. E muitas pessoas estavam lá, incluindo uma garota que paquerava a um bocado de tempo. Nada muito bela, mas ainda sim muito mais bela do que um dia eu pude ter.

E foi meio conversa vai conversa vem que marcamos de sair e beber numa pequena baladinha. Nada muito pretencioso. Como a nossa relação era pautada pelo alcoolismo a ideia era beber e celebrar a miseria que era a nossa juventude perdida. Coisa de Terças-Feiras, sabe como é?

Eu cheguei uma hora adiantado na baladinha, tenho esse costume desde que meu pai ensinou, e como não tinha nada pra fazer resolvi beber num buteco sujinho logo ali. E foi lá que bebi duas pingas com cynar ouvindo um velho de seus cinquenta anos contar sobre a briga que teve num buteco em Santos lá nos idos de 70. Foi quando ela chegou e continuamos a beber.

Sim, era uma relação completamente pautada pelo alcoolismo.

E meia hora depois, quando achei que eu já tinha melhorado da bebedeira que tinha me submetido, resolvemos entrar na balada. Lugar agradavel, com uma dançarina semi gostosa numa mesa, com som bom e uma luz decente. E foi nesse lugar que continuamos bebendo. Ela um sei-lá-o-que e eu um drink chique de café (só sinto cheiro de café)

E a musica da banda convidada começou. E ela encontrou uma amiga da faculdade. E o ambiente começou a ficar seco, estranho e um bocado torto. Resolvemos nos sentar num sofa logo ali, e foi nesse instante que comecei a passar a mão no cabelo dela. Era um belo cabelo, curto do modo correto e fazendo angulo com as orelhas no ideal. Sim, era um clima, estava nascendo um clima ali, entre duas pessoas que se encontravam uma vez a cada três meses pra beber.

E foi ai que tudo de horrivel aconteceu

Não sei como nem porque, mas vomitei. Grande parte do vomito conseguiu ser segurado pela minha mão desesperada (a mesma mão que acariciava os lindos cabelos) corri para o banheiro mais proximo e, empurrando todo mundo que estava na fila, soltei todo o produto de tres pingas com cynar e um drink chique. nojento.

quando voltei é que percebi que tinha feito merda. A minha mão, que acariciava delicadamente os cabelos, não tinha sido tão rapida assim. Eu tinha vomitado é nela. Eu tinha vomitado nela segundos depois de ter tido o maior clima desse ano. Eu tinha vomitado Nela.

Só me sobrou o que todo medroso de carteirinha sabe fazer. Fugi. Fui direto para o caixa e quando ela chegou do banheiro, a unica coisa que pude tentar balbuciar foi um "desculpe"

Ela não entendeu. no seu rosto piscava cor de vergonha, raiva e muita desilusão. E sem mais o que fazer, fui embora pra casa a pé. meu tenis estava furado e tinha perdido vinte reais no meio da rua.


Foi mais uma madrugada.




Cb4

1 Comments:

Blogger lrp said...

"Sim, era um clima,"

hahahah
><

"Só me sobrou o que todo medroso de carteirinha sabe fazer. Fugi."

perceba que o "fugi" está na 1ª do singular, mas que é tmb pronúncia do tempo verbal que se esperava aqui, o infitivo.

ficou legal, bênção.

2:04 AM  

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